Wednesday, April 25, 2007

Novas Oportunidades

Tem havido muita polémica à volta dos anúncios da campanha “Novas Oportunidades”, que mostra o percurso que várias figuras públicas poderiam ter tido se não tivessem estudado. As críticas voam de todo o lado: é acusado de humilhar e menosprezar determinado tipo de empregos e de distinguir “o bom do mau” em função das qualificações académicas.

Li recente um artigo do José Diogo Quintela, com o qual não pude deixar de concordar plenamente. Obviamente que todas as pessoas são necessárias à sociedade e que todas as profissões são notáveis, quando desempenhadas com empenho e profissionalismo. É ridículo pôr isso em causa. Tal como é pacóvia a ideia de que toda a gente tem que ser doutor ou engenheiro (viu-se recentemente o provincianismo, aliás).

No entanto, eu não conheço nenhuma criança que, ao ser questionada sobre a profissão que gostaria de exercer aquando o crescimento, responda “empregada doméstica” ou “limpa-chaminés”. E tal como uma mãe não põe sequer a hipótese que um filho abandone os estudos precocemente, porque quer o melhor para ele, um país também quer o melhor para os seus cidadãos.

Pessoalmente, considero o nome da campanha muito feliz. As pessoas são livres de abandonarem os estudos após a conclusão da escolaridade obrigatória. Porém, não o devem fazer por não terem tido outra oportunidade ou por falta de informação!

“Aprender compensa”. E não é só o saber universitário.
(O certo é que o objectivo da publicidade é criar polémica e marcar. E lá isso, eles conseguiram!)

2 comments:

Anonymous said...

Não houves uma criança a dizer que quer ser empregada doméstica ou jardineira porque sabem que essas profissões não têm saída profissional. Se te garantissem que a profissão de costureiro era tão honrada quanto a de advogado decerto todos os artistas com jeito para a costura seriam costureiros.

Luisa Oliveira said...

Não posso concordar mais. Mas que esses costureiros e jardineiros de que falas, sejam qualificados.