Sunday, August 20, 2006

Senhora Presidente

Tenho acompanhado com muito interesse a série Senhora Presidente (todas as 4º-feiras, na SIC, as 00h30). É sem dúvida muito agradável ver boa política na televisão, nem que seja numa série de ficção.

(O número de pessoas que dizem vir ao blog cresce e a responsabilidade aumenta. Irei certamente voltar a escrever sobre esta série, que é de momento, a minha favorita. Aceitam-se sugestões para temas de discussão).

Marcelo Caetano (o homem ou o político?)

Faria agora, por estes dias, cem anos. E vimos as televisões e todos os outros meios de comunicação social relembrá-lo apenas enquanto homem. Depois da entrevista à filha, na estação pública de televisão, fiquei a pensar na coisa. Falamos sobre isso, cá em casa. E ontem tive oportunidade de ouvir grandes homens falar também sobre isso. E pude concordar com eles.

Obviamente que por detrás de cada político, professor, operário, manequim, ou qualquer outra profissão, existe sempre um Homem que não pode ser esquecido enquanto ser humano que é. No entanto, se hoje estudamos e relembramos os tempos de Marcelo Caetano não é por ele ter sido o homem que foi mas sim, pelo cargo que exerceu. Homens há milhões e não os estudamos a todos. Este de que estamos a falar foi um ditador, um criminoso. Esta é a verdade nua e crua. Foi isto que marcou o povo português e a sua história.

Não gostei da maneira como a entrevista foi conduzida.

Fragmentos de Poesia (histórias que eu gostaria de ter vivido...ou de vir a viver)

(Escrito após a leitura de três ou quatro bons romances. É do que tenho lido mais, exceptuando as segundas leituras do Daniel Sampaio e um ou outro romance político e/ou histórico)

Quando a sociedade dita as regras, quem sou eu, um mero peão num enorme jogo de xadrez, para me opor?
Estás longe mas sinto-te perto. Outras vezes há, porém, e bem mais dolorosas, em que estás perto mas te sinto longe. E é destas vezes em queria tocar-te mas não posso, nem em pensamento. Porque as regras não deixam. Sobe então em mim um desejo incontrolável de gritar, como se o meu grito (o mais potente do Mundo), conseguisse abafar todas as outras vozes que falam baixinho e que magoam, magoam, magoam. No entanto, não consigo fazer com que o grito chegue ao coração e portanto, falho.
Olho para ti, nem que seja em pensamento, e sonho em tocar-te. Em possuir-te, nem que seja apenas por um instante. Apenas para ter o que recordar.
Não posso e sei que não posso. O teu olhar relembra-mo. Como poderia ter-te apenas por um momento se te quero para toda a vida?
E eis que tudo se torna claro! Se fosses meu, não havia esta magia construída apenas na base de sonhos. Vou parar de sofrer.
Vou aproveitar todas as regras contra, todas as distâncias, todos os “não”, todas as dores, todas as alegrias, todas as lágrimas, todos os sorrisos para criar mais e mais magia.

Thursday, August 17, 2006

Motivos de Ausência

Não tenho escrito por motivos de força maior: férias. Estive na Vieira em casa da Pipa (a minha companheira das viagens). Ontem escrevi um texto mas ainda estou a decidir se o posto ou não. Depois de vê.

Fui à estreia da peça “As pegadas dos Dragões”. À parte de alguns pormenores técnicos que não me cabe a mim comentar, gostei muito. Bonita história, bonita sequência, bonita paisagem. Muito bem imaginado. Claro que a Andreia Magalhães se destacou no elenco!

(A quem for, aconselho muitos, muitos casacos. É melhor deixarem a roupa das festas para outra ocasião! (Private joke))

Monday, August 07, 2006

Pormenores

Nem tudo o que é belo ostenta. A visão é um sentido extraordinário mas demasiado imediato e com algumas dificuldades de concentração. O verdadeiro sentido da vida está em encontrar a beleza que se esconde no rebentar das ondas, na brisa marinha, no calor das luzes das estrelas, no som de um sorriso, no sabor do vento, nos pormenores…

Quero voltar...

Há coisas que não se escrevem num diário. São demasiado preciosas e ao serem descritas perdem encanto. Porque são para serem vividas, não contadas. Além do mais, o egoísmo impede-nos. Há coisas que são “demasiado nossas”. Quem não esteve connosco no momento, não as percebe. Pode até acenar com a cabeça e dizer “que giro” mas não viu o ambiente, não conhece as pessoas e os seus jeitos e maneirismos, não sentiu o odor nem viu as cores de tudo aquilo em que tocámos, de tudo o que vimos, de tudo o que sentimos.

Não vou descrever a minha estadia na Galé. Não tenho capacidade para tal e o que se vive num mundo à parte deve permanecer à parte. Mas posso tentar descrever o que senti. Há uns tempos achava o Alentejo uma das zonas menos desenvolvidas de Portugal. Agora, acho o desenvolvimento relativo. As pessoas são amáveis e lindas em todos os sentidos, abertas e com “qualquer coisa especial” que as torna atraentes enquanto seres humanos.

O céu, o mar, as árvores, as estrelas cadentes naturais e com espelhos (como tu Di, a quem basta correr =), o miradouro, as tendas, a esplanada, o self-service,as latas, os donuts de chocolate, os copos de coca-cola com números de telemóvel, o guardapo do email do grilo e o "muito agradecidas", a encosta, o atalho, o acolhimento das meninas do ballet e da Rita… Fora o resto

Sunday, August 06, 2006

O regresso

Voltar de férias é do pior. Uma pessoa vem terrivelmente mal habituada e como um humor que ultrapassa o péssimo. Depois de quase 15 dias maravilhosos querem que enfrente Ourém com que cara? Fechei os olhos quando o carro arrancou e deixei de ver o parque de campismo. Voltei a fecha-los quando o avião ganhou asas. E só não entrei em casa ás apalpadelas porque corria o risco de bater com a cabeça nalguma parede. Sim, porque não tenho a certeza de ainda me lembrar dos cantos todos da casa. Esforcei-me imenso para os esquecer, verdade seja dita.

Qual é que era a solução Diana? Uma semana trancadas no quarto, a olhar para as recordações e a chorar desalmadamente, em depressão profunda. Entreabrir depois a porta e passar mais uma semana a chatear toda a gente no MSN, deixar comentários e posts a falar sempre do mesmo e não mudar o nik durante um mês. E depois a vida há-de tomar o seu rumo…

Vou agora postando umas coisas que escrevi enquanto estive fora. E vocês? Que novidades têm para partilhar? Se por acaso isto (Ourém, Portugal, o Mundo…) não tiver mudado nada enquanto estive fora, façam o obséquio de não comentar a dizer isso