
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte: o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
Zeca Afonso
E em todas florirão rosas de uma nação
Zeca Afonso
O Pintor não morreu, o Pintor foi assassinado.
Arrepio-me toda com esta canção.
Hoje sinto orgulho em ser portuguesa.
1 comment:
E floriram!
Contudo é preciso que sejam regadas.
O terreno anda um pouco seco!
Mil beijos de Abril!
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