Wednesday, June 27, 2007

Exames nacionais

Quando começou a semana de preparação para exames, era a favor deles. Fi-los e continuei a favor. Mesmo depois de saírem os critérios de correcção no portal do GAVE (que não provam nada mais que a estupidez de quem os fez) continuei a favor.

Sim, sou aluna e a favor dos exames dos nacionais. São uma das coisas mais estúpidas que já foram inventadas? Também é verdade. São uma solução rude e até um pouco desumana? São. Mas querem o quê, aboli-los e deixar os alunos concorrer só com a nota de frequência? Olhem para o sistema de ensino actual! Olhem para ele nos olhos e digam-me sinceramente: escola públicas, privadas, semi-privadas, cooperativas e de todas as outras qualidades que por aí houver, a bombardearem as universidades com alunos sem passarem por um painel de selecção e controlo? Aqui neste blog ninguém põe em causa a competência dos professores (era o mais faltava!) mas também é preciso ver que não são eles que estão a tentar entrar para a faculdade. (Antes de avançar, é bom que esta questão fique clara, para que não dê azo a interpretações enviusadas: há professores bons e maus, como em todas as outras classes trabalhadoras em que há pessoas competentes e outras que não o são. Na minha opinião, a maioria é bastante razoável. Supostamente, os exames não são para atacar os professores: deviam ser para proteger os alunos).

O problema, a meu ver, está longe de estar nos exames. A questão gira em torno do sistema, podre e antiquado. Reformas, reformas e mais reformas: e que tal se parássemos de aumentar a dose de comprimidos para as dores e partíssemos para a operação geral?

O sistema dos testes nacionais parece-me uma boa opção. Todos os testes feitos ao longo do ano lectivo seriam nacionais: assim, não haveria apenas um dia, uma prova, mas sim uma homogeneização de notas, uma vez que seriam testados os mesmos conhecimentos. Obviamente este é um assunto com “pano para mangas”. Fica apenas uma breve opinião.

P.S.- Só mais uma coisinha… Na segunda-feira, ao entrar para a sala de exame, ouvi alguém dizer: “- Ainda não percebi porque é que precisamos ter nota mínima de 9,5 no exame da disciplina específica, independentemente da nota de frequência”. Concorrer sem preencher pelo menos metade das exigências específicas? Enfim… e olhem que ter 9,5 no exame de História A não vai ser fácil…

P.P.S- Injustiças sempre houve e vai haver. No ensino, na saúde, no comércio… Na sociedade em geral. Não podemos é conformarmo-nos com elas.

7 comments:

Lenin aka JR said...

Concordo contigo. Os exames nacionais são um mal necessário. Mas sendo isso mesmo, necessários e, sendo os professores que os fazem, pessoas idóneas e competentes, acho que deveriam começar a ter mais alguma atenção aos enunciados para que não existam problemas sem solução e perguntas sem respostas.

É claro que os alunos têm que ser seleccionados, passados por um filtro. Só acho que esse filtro está desadequado.

E como tu dizes, e muito bem, não é com reformas anuais parciais que se consegue corrigir os problemas existentes. Estão apenas a adiar o inevitável.

Já está na altura de alguém meter mãos à obra e começar pelo princípio. Acho que eles só não sabem onde é o princípio...

Tiago Ramos said...

Concordo contigo também pela necessidade de se fazer exames. A realidade é que os exames em nada ajudam a média de um aluno, apenas prejudicam. Enfim, desabafos de alguém que faz exames nacionais de 12.º ano pelo segundo ano.

Tiago Ramos said...

E eu ainda sou dos alunos da reforma antiga!

Hugo da Graça Pereira said...

É, concordo com primeiro comentário: "um mal necessário". Nada melhor define essa coisa que são os exames nacionais...bem, quanto aos exames em si já tudo foi dito.
A ideia de testes nacionais é tentadora. Mas rejeito-a porque se baseia numa uniformização demasiado rígida que na prática é inviável...
Quanto ao princípio que fala o lenin, a minha opinião é que os princípios não existem até defenirmos um! Basta olhar pa situação e escolher um ponto que depois permita seguir um encadeamento lógico ao longo de todo o sistema. Ok, não é assim tão simples, mas acho que a ideia é essa...
Acho que o problema é que dá muito trabalho...É preciso arregaçar as mangas, mecher na lama, incomodar muita gente, mecher em muitas feridas...E este governo embora se auto-caracterize com intrépido e ousado, não difere dos outros no ponto em que tenta, ao máximo, agradar a gregos e a troianos... Afinal, quem não quer lá ficar mais 4 anos?

João said...

clap clap clap!

Nos meus tempos de secundário, dava-me um gozo enorme ver o pessoal do privado, com grandes notas, regressar à secundária para fazer os exameas de acesso.

E dava-me ainda mais gozo, tirar melhor nota que eles, ainda que com média inferior.

Luisa Oliveira said...

Concordo com quase tudo o que foi dito.

(Tirando ali a ideia da uniformização mas, enfim, é a tal coisa: sobre este assunto muito à a discutir).

PS- Também me dá um gozo imenso =)

SA. said...

Eu lei isto muitas vezes quando espreito o teu blog... e sabes que mais?
Quando penso: PORQUE É QUE EU NÃO CONHEÇO PESSOALMENTE ESTE "BELO EXEMPLAR" DE VIDA INTELIGENTE NUM SER DA MINHA IDADE? (16 ou 17 é igual)...

*suspiro*


Enfim, au aturo as pitas da minha turma (sim, porque uma turma só de gajas histéricas não é uma dose leve)