Sunday, December 31, 2006

' LIFE

A vida é uma obra de arte. Palavras, traços, uma escultura, notas musicais, um passo de dança… Depende do artista, claro. E como em toda a arte, há ritmo, textura, movimento, ondulações, som, cor, imagem, mais ou menos harmonia, impacto, respiração, momentos mortos e de silêncio, espaço vazio, solidão, raiva, lágrimas, suor, saliva, ódio, paixão, encanto, sedução, martírio, desespero, gargalhadas, buracos negros, risos desencontrados, palmas, desencantos, aplausos, mimos, feitiços, emoção, nojo, sexo, magia, prazer, amor, (in)felicidades,… Vida. Toda a obra de arte como sinónimo de entrega. E alguns momentos de viragem. Correrias em pés descalços. Sonhos. Recordações de passado e futuro. Imundice. Demónios. Mantas. Jornais. Lanternas. Mato. ANIMAIS. Pessoas. Crianças, velhos, jovens, adultos, cotas, malta, idosos, miúdos.

A vida é complexa. Apesar de por vezes a complicarmos ainda mais, a minha opinião é que ela não é, de todo, simples. Não há nível de principiante.

A passagem de ano, por si só, não muda nada. É um dia tão especial como todos os outros. Mas pode, talvez, servir de pretexto. De rampa de lançamento. Ou de paraquedas. Colchão. Parapeito de janela. Corrimão. Ou balanço.

E corremos. Correremos sempre?

Thursday, December 21, 2006

Ano Novo

Para 2007 quero:
· Mais Galé
· Mais Parlamento dos Jovens
· Muitos dias em pijama
· Muitas viagens de comboio (e musicais, e compras, …!)
· Muitas noites de mensagens nos baloiços (mas sem cair!)
· Muitos After Eight
· Muitas tardes no Alfa
· Um curso de Inglês em Londres
· Um Campo de Férias no Alentejo nas Férias da Páscoa
· Viagens (a qualquer parte do Mundo)
· Boas notas (muito boas, de preferência)
· Muitos risos, gargalhadas, abraços, lágrimas, emoções fortes, mimos, reencontros com pessoas que já não vejo há muito tempo, reencontros com pessoas que estão mesmo ao meu lado, noites de saco de cama dentro de quatro paredes, treinos, festivais com carradas de gel e laca, carrinhas que há meia-noite não arrancam, banhos no mar em Fevereiro, pés com areia a serem lavados no WC do restaurante, praia, inspiração para os textos do blog, comments, jogos do Amigo Secreto, concertos (sem efeitos secundários), Tobias e Bernardos (o meu urso de peluche e o puto de 3 anos que não quer nada comigo), visitas de estudo, chá, intervalos do instituto ao Sábado de manhã, croissants de chocolate aquecidos, e todas, mas mesmo TODAS as surpresas que a vida tiver para mim =)

e quero, principalmente, ser tão feliz como fui este ano.

Sejam também felizes!

Wednesday, December 20, 2006

Ensaio sobre o Natal

Esta é para mim uma das épocas mais confusas do ano. Sou constantemente assaltada por sentimentos contraditórios que não me deixam formar uma opinião firme em relação a esta quadra.

Antes de tudo o mais, detesto-a. Abomino o Natal e todo o espírito hipócrita e consumista que o rodeia. Os programas ao estilo do “Natal dos Hospitais”, cujo único objectivo é o primeiro lugar no ranking dos mais vistos, as campanhas de solidariedade que só se fazem nesta época, como se no resto do ano não houvesse necessidade (e espero ter sido explicita, obviamente não me estou a referir aquelas que durante todo o ano desempenham um papel social notável), as autarquias e os seus jantares para pessoas idosas que passam a consoada sozinhas (como se o resto das suas noites não fossem preenchidas por uma terrível solidão), entre tantos outros exemplos que andam por aí, de cabeça erguida. Para além disto, os centros comerciais cheios, atafulhados de embrulhos e de gente parva (grupo no qual eu me incluo). O frio que nos gela os ossos e nos prende os movimentos mas de que toda a gente gosta porque “Natal sem frio nem era Natal”. O presépio, que a mim me tira do sério! Oh figurinhas sem utilidade que se tiram do caixote durante 15 dias!

Por outro lado, é impossível não gostar deste período em que temos pelo menos a ilusão de que o Mundo está menos mau. É certo que a maioria das coisas boas que se vêem por aí são nojentamente untuosas mas, já que ninguém se lembra das fazer noutras alturas, ao menos uma vez por ano. Melhor uma que nenhuma, certo? Além do mais, ter a família toda reunida à mesa, a nostalgia dos Natais passados, das pessoas de quem sentimos falta, mas que parecem estranhamente mais próximas, o amassar as filhoses à mão, as conversas que se têm, banais e boas, a excitação do papel colorido que envolve os presentes,… A alegria de se escolher prendas para os outros, as luzes de rua que até escondem as fachadas mal pintadas das casas, as mensagens carinhosas que recebemos, etc.

Não é por ser o nascimento de quem quer que seja, não é pela religião. É, talvez, pela tradição, tão forte como qualquer outra. Se as mentalidades e o panorama social são factores históricos estruturais, as tradições têm certamente um peso muito considerável.

Monday, December 11, 2006

Perfeição

Não é o facto de haver coisas perfeitas que me faz impressão. O que me incomoda é a pequenez das falhas que não nos deixam apelidar as coisas de perfeitas.

É esta mania da perfeição.

perfeito

adjectivo
que não tem defeito físico nem moral; completo; modelar; exemplar; belo; formoso; impecável; total; acabado; cabal; magistral.

(Do lat. perfectu-, «id.»)
© 2002 Porto Editora, Lda.

After eight… é só isso que nos falta.