Saturday, September 23, 2006

Parar é morrer...

Não tenho postado porque não tenho, infelizmente, assunto.

Podia escrever sobre o Mundo, mas ultimamente ele parece-me um lugar tão longínquo que não tenho forças para isso. Continuo a preocupar-me, a ler o jornal e a ver as notícias na TV mas são só relatos do pior que há no ser humano e portanto pouco há a dizer sobre isso: quem quiser, informe-se. É quase sempre a mesma coisa, só muda o cenário, as personagens e a forma de violência.

Para escrever sobre mim também não vale a pena. Não tenho nada de interessante para contar e estou a aprender a lidar com o problema de excesso de tempo, com o qual nunca me tinha deparado. Já só tenho duas noites ocupadas por semana e duas actividades extra-curriculares. Duas aulas de Instituto e um treino de Patinagem. Dantes queixava-me do excesso de trabalho, agora acho que isso é exactamente o que uma rapariga de 16 anos precisa (dentro de certos limites, obviamente). Como diz a minha amiga Rosa dos Ventos, “só damos valor aquilo que não possuímos”.
Quando andamos atarefados, com stress (que contrariamente ao que seria de esperar é uma coisa que eu adoro), sob pressão, os dias acabam por esticar. As coisas têm que ser feitas e portanto não têm outro remédio senão saírem à primeira e saírem bem. Quando temos muito tempo, deixamos andar, acabamos por adiar e nunca nada sai tão perfeito. Sem tempo não podemos ceder a pequenas depressões, não nos tornarmos tão egocêntricos, não pensamos tanto no que não devíamos. Não vemos programas estúpidos de TV, não ficamos viciados em Internet ou noutra coisa qualquer e damos muito mais valor ao tempo que temos para nós e para os outros.

Tenho mais dificuldades de concentração, mais dificuldades na organização do horário, o corpo ressente-se e custa mais a adormecer. Excesso de energia acumulada, já ouviram falar?

A verdade é que parar é morrer. Aos poucos, mas morrer. Quando menos actividades temos, menos interessantes somos, menos pessoas conhecemos, menos aproveitamos os dias, … and so on.

Sunday, September 10, 2006

Passado um ano

Como é que conseguimos conter tanta força numa existência tão frágil?

Porquê a morte algo tão doloroso? Aos 16 anos, encaro-a como o saber de antemão que vou sentir muitas saudades.

Guardo-te aqui dentro (e aqui estás bem).

Thursday, September 07, 2006

Um bocadinho só comigo

Deixo-me estar assim, sentada na janela do meu quarto, até a luz da noite me envolver completamente. E experimento uma paz interior única. Oiço o mundo lá ao longe e a natureza aqui muito perto… Sinto frio nas pernas, até deixar mesmo de as sentir, e calor no peito, bem junto ao coração. Sinto lágrimas a rolarem pelas faces e um sorriso no rosto.

Passa um carro, na rua de trás, e a magia quebra-se por instantes.

Volta tudo ao mesmo. O mesmo silêncio de fundo do qual faz parte o som suave do vento e das árvores, o uivar dos cães ao longe, os sinos da Igreja (pergunto-me de qual Igreja serão estes sinos que acabaram de tocar),... E a mesma paz.

Banhos de Lua

A lua esteve, esta noite, mesmo em frente à minha janela… E eu, em vez de voar até ela, limitei-me a observar a sua beleza cá de baixo.

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Parte de uma carta que a Catarina me mandou há muito, muito tempo. Aliás, parte do envelope. Mas ela também transcreveu de outro lado qualquer…

«Once upon a time, in a school of far far away, a little girl received a letter without name... But there was a secret... The letter contained a spell... And the girl cound't be love by anyone till the day she got a kiss from the Prince Charming, who was supposed to be, her real love for all the rest of time. That day never came and the girl live sad and unhappy, not like in all other stories where they live "happily after ever"

Wednesday, September 06, 2006

Apenas algumas palavrinhas

A inspiração falta. Os temas escasseiam.
E eis que, num repente, voa uma frase solta que sai cá de dentro directamente para o papel. Mal passa pelo braço: escreve-se a si mesma, impõe-se. Martela-me o espírito, dias a fio. Mas não se desenvolve. A fonte que a deitou cá para fora, assim como surgiu por impulso, seca sem justificação. E fico à espera do que não virá. Passo com a caneta, vezes e vezes sem conta pelas letras já desenhadas, até mal se puder ler o que está escrito por detrás daquele emaranhado de linhas. Mas não sai mais nada. E acabo por deixar a coisa assim. É simples, é pouco, mas é a descrição exacta daquilo que se passa no meu coração.

Passos em areia virgem

Apetecia-me encontrar-te de novo, no caminho…

Há momentos que apesar de efémeros, são eternos.

Monday, September 04, 2006

O recomeço

Começou Setembro, e com ele, aquele friozinho na barriga do início de aulas. Apesar de haver alturas no ano em que o nego veementemente, o certo é que a escola exerce sobre mim um fascínio incontrolável. O cheiro dos livros por estrear, as canetas que ainda não foram usadas, o dossier com as suas folhas virgens… E ver como no final do ano tudo isso está tão diferente, tão “mais meu”, tão únicos… Cresce então em mim aquela ansiedade de os preencher, de os trabalhar, de os singularizar perante os outros milhares de livros e dossiers, neste momento, iguais aos meus.

E que pessoas e acontecimentos novos me reservará este 11º ano? Novos colegas, novos professores, novo horário, novos desafios estudantis, rever os amigos naquele curto intervalo de 15 minutos, correr para não chegar atrasada, empregar toda a minha energia num só dia e chegar a casa e cair na cama, exausta.