Thursday, January 25, 2007

A pequena história do Palhaço Triste


O palhaço triste deambula pelas ruas. Ri por fora, chora por dentro. Arrasta os pés, pressiona a mão contra o peito. A vida fez dele um “engraçado falso”, que passou pelas várias fases inerentes a este estado de espírito. A ingenuidade, a ordinarice (e não como sinónimo de comum) e, agora, a triste. As lágrimas verdadeiras encontram-se com a que tem pintada na face e o palhaço esfrega a cara, transformando-a num grande borrão. Despenteia os cabelos num acesso de raiva.

“Olha o mostro!”, exclama a criançada.

Já mais calmo, pega no lenço de pano de assoar o nariz e limpa o rosto, concerta os suspensórios, conta as rugas e pinta um sorriso de verdade no coração.

De palhaço triste a monstro e de monstro a menino.

Wednesday, January 24, 2007

Ironia

ironia
substantivo feminino

· GRAMÁTICA
figura de estilo que veicula um significado contrário daquele que deriva da interpretação literal do enunciado;

· zombaria;

(Do gr. eironeía, «interrogação», pelo lat. ironía-, «ironia»)

© 2002 Porto Editora, Lda.

ironia, ironicamente, irónico, ironista, ironizar...

Monday, January 08, 2007

Perseguição

Salta o muro. Baixa-se, esconde a cabeça. Vira a esquina e corre pela rua, em direcção ao suspeito. Vira a cara, usa um jornal para não ser reconhecida. Abranda o passo. Pára, encosta-se a uma parede, controla a respiração.
“ – Correcto, mantenho o contacto visual”.
“ – Parece-te perigoso?”
“ – Muito cedo para tal afirmação. Mas penso que não será tanto como o outro”.
Controla o tempo, salta por cima dos prédios, “galga” as escadas.
“– Preciso de uma bicicleta, rápido, o sujeito está a entrar num carro!”

Too late. É mais fácil apanhar o hippie, sem dúvida.

Monday, January 01, 2007

Europa a 27!

Roménia e Bulgária: Bem vindos!

Sinto-me uma cidadã europeia!

Pena de morte

A pena de morte viola o mais básico dos direitos humanos: a vida. Se é certo que todos viveríamos bem melhor sem a existência de alguns criminosos, o facto é que, descendo ao nível deles não melhoramos nada. Se queremos provar que somos diferentes, façamos então as coisas de maneira diferente. Matando-os estamos a ser tão criminosos como eles.
Um dos argumentos a favor da pena de morte é o facto de a sociedade ter que manter estes criminosos. Bem, vivemos em sociedade, certo? Mantê-la tem custos. Obviamente uma democracia é muito mais cara que uma ditadura (uma vez que a ditadura tem a ver com o bem estar de apenas uma figura). Temos é que pensar que há coisas que o dinheiro não paga.
A pena de morte é um recuo à Idade Média. Há criminosos que mereciam o pior dos castigos, de facto. E por isso mesmo, sou a favor da prisão perpétua. Porque há casos em que a lei das segundas oportunidades não se aplica.

Saddam Hussein foi um criminoso igualável aos maiores da História. E a sua execução foi um crime.

Publicar as imagens foi uma provocação e um incentivo ao Mundo instável em que vivemos.

PS- Afinal, onde andam os bons, os heróis desta história?