Sunday, November 26, 2006

Chocolate


Eis que o seu poder me começa a possuir. Mergulho nele. Sinto todas as sensações a flutuarem, num mar castanho, cuja água, ao invés de me suprimir, me liberta.
Percorre o meu corpo, em frenesim. Entro em transe. Os olhos reviram-se e a saliva explode na minha boca como se de um demónio se tratasse. Viajo, sonho, encanto-me. Torno-me personagem principal duma roda de atracções e rebelião.
Ergo-me estátuas. Derreto-me em lume brando.
Vicio-me.

Sunday, November 19, 2006

Free Hugs

Free Hugs Campaign. Inspiring Story! (music by sick puppies)


Aqui está um vídeo que prova que se todos nos esforçarmos um bocadinho, o Mundo será NOSSO e não do cão.
Esta "campanha" começou com um só homem. Espalhou-se pelo Mundo inteiro (Espanha, Austrália, Nova Zelândia...). Há filmes com pessoas a abraçarem-se de todo o Mundo! Pessoas que não se conhecem a manifestarem carinho! Uma banda (sick puppies) fez este filme que passado pouco tempo já tinha sido visto por milhões de pessoas na Internet.

Free Hugs fez milhões de pessoas sorrir! Será que é possível ver este filme sem sorrir também e ter imensa vontade de abraçar alguém?

(Bestial, aprendi a pôr vídeos no blog!)

Thursday, November 16, 2006

A TUA vida

Saltando os pormenores do engate, casas-te.

Ao 1º filho ainda o amas. Ao assaltam-te as dúvidas. Aos 35 anos começas a perguntar-te com seria a tua vida se aos 17 tivesses tido mais “liberdade”. Ao 3º filho tentas, só para tirar as dúvidas, ligar ao outro, só para ver se ainda tem o mesmo número. Aos 40 pões um detective particular à procura dele enquanto cuidas dos génios. Ao 4º filho começas a escrever um diário e olhas-te todos os dias ao espelho na esperança de encontrar alguma borbulha ou ponto negro que se esqueceu de aparecer na adolescência. Aos 50 anos vestes a mini-saia da tua filha do meio (ou tentas) e pintas o cabelo de cor-de-rosa. Já para não falar do piercing que fazes no umbigo. Aos primeiros sintomas da menopausa largas tudo e partes à sua procura.

Por tudo isto, acho que devias sair com ele e só depois casares-te com outro.

Wednesday, November 15, 2006

Invernozinho


O Inverno começa a soprar os primeiros ventos frios. Devagar, devagarinho. Nevoeiro de manhã, uns pingos de geada que se vão formando ainda sobre o sol gelado do Verão de São Martinho. O casaco que vestimos sem dar por isso. O chapéu de chuva que agarramos no momento exacto em que saímos de casa.
Guardei um pouco de Verão dentro de uma caixinha às riscas. Uns grãos de areia, duas ou três conchas, uma brisa marítima suave, um top de alças e uns raios de sol.
Quando o Inverno estiver insuportável, abro a caixa, rebolo na areia, enfeito-me com as conchas, respiro a brisa (a custo, pelo nariz entupido), visto o top e bronzeio-me com os raios de sol.

O principal, no entanto, é o que guardo cá dentro. Este calor (dos risos que se choram, dos abraços, das alegrias puras) não deixará que o Inverno interior se apodere de recordações e sonhos vividos. E isso é que importa!

Tuesday, November 07, 2006

LADOS

Sorrisos iguais aos de ontem, risos iguais aos de amanhã. Lágrima ao canto do olho (ora de rebeldia, ora de ingenuidade profunda). Corpos que dançam e balançam.
Para cá, para lá.

Para cá, para lá.

Para cá, para lá.
Sonhos soltos, largados ao vento que os transporta.

De um lado, para o outro.

De um lado, para o outro.
Mais leves que folhas. E a existência humana, cada vez mais fragmentada, menos contínua.

ELE e a Carta

A concretização de um dos meus sonhos de “infância” dependia da maneira como um ministrasse ontem a minha hora de almoço.
As coisas começaram por não correr lá muito bem. Um atraso de 10 preciosos minutos no balneário de Educação Física, o maldito do telemóvel da Professora que deve ter ficado sem bateria (raio, estas engenhocas modernas que nunca funcionam quando são necessárias) e os hodiernos computadores da biblioteca todos ocupados.
Lá conseguimos que uma irmã de um amigo de uma amiga nossa, nos cedesse o lugar (nestas coisas, o que interessa são os contactos e conhecidos que se têm… ou fazem!). A carta lá saiu, mal ou bem, e imprimiu-se o primeiro rascunho.
O relógio do corredor dava as 14h30 certinhas! Ou seja, em vez de estar no corredor, eu devia era estar no outro pavilhão, à porta da sala, a mentalizar-me que vinha aí a nota do teste de História. Mas não, estava no corredor. E em vez de começar a correr, saltando obstáculos e abreviando caminho pelas escadas dos professores em direcção à B15, dirigi-me pacientemente para uma das (se não mesmo a) sala mais temida da escola.

Estava tudo a compor-se! Só faltava a aprovação final quando, de repente, surgiu o “_ O que é isso? Posso ver?”.
O meu coração caiu aos pés! Virámo-nos e dissemos “sim, sim, claro”. Daquelas situações em que a hierarquia de estatutos não deixa dizer que não.
Mas, afinal, não havia motivos para preocupações. Suspirámos, ambos. E após o suspiro, pedi licença para sair, a aula de História não podia esperar mais. O que me custou, deixá-Lo lá, sozinho, “entregue aos lobos”.
Agora, o meu sonho de infância dependia Dele, e só Dele. Recebi o teste, com o coração já nas mãos (afinal, confio nele, havia esperança suficiente para tirar o coração do chão) e esperei. Rezei (a Ele, que era o meu deus do momento, não aos deuses dos outros).

Eis que Ele entra pela sala com a carta nas mãos! “_ Assina aqui, é só o que falta”.

Sem palavras, a partir daqui.

PS- Já só falta o resto =)