A concretização de um dos meus sonhos de “infância” dependia da maneira como um ministrasse ontem a minha hora de almoço.
As coisas começaram por não correr lá muito bem. Um atraso de 10 preciosos minutos no balneário de Educação Física, o maldito do telemóvel da Professora que deve ter ficado sem bateria (raio, estas engenhocas modernas que nunca funcionam quando são necessárias) e os hodiernos computadores da biblioteca todos ocupados.
Lá conseguimos que uma irmã de um amigo de uma amiga nossa, nos cedesse o lugar (nestas coisas, o que interessa são os contactos e conhecidos que se têm… ou fazem!). A carta lá saiu, mal ou bem, e imprimiu-se o primeiro rascunho.
O relógio do corredor dava as 14h30 certinhas! Ou seja, em vez de estar no corredor, eu devia era estar no outro pavilhão, à porta da sala, a mentalizar-me que vinha aí a nota do teste de História. Mas não, estava no corredor. E em vez de começar a correr, saltando obstáculos e abreviando caminho pelas escadas dos professores em direcção à B15, dirigi-me pacientemente para uma das (se não mesmo a) sala mais temida da escola.
Estava tudo a compor-se! Só faltava a aprovação final quando, de repente, surgiu o “_ O que é isso? Posso ver?”.
O meu coração caiu aos pés! Virámo-nos e dissemos “sim, sim, claro”. Daquelas situações em que a hierarquia de estatutos não deixa dizer que não.
Mas, afinal, não havia motivos para preocupações. Suspirámos, ambos. E após o suspiro, pedi licença para sair, a aula de História não podia esperar mais. O que me custou, deixá-Lo lá, sozinho, “entregue aos lobos”.
Agora, o meu sonho de infância dependia Dele, e só Dele. Recebi o teste, com o coração já nas mãos (afinal, confio nele, havia esperança suficiente para tirar o coração do chão) e esperei. Rezei (a Ele, que era o meu deus do momento, não aos deuses dos outros).
Eis que Ele entra pela sala com a carta nas mãos! “_ Assina aqui, é só o que falta”.
Sem palavras, a partir daqui.
PS- Já só falta o resto =)